Tainá Falcão
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Tainá Falcão

Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com agem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

Temer aconselhou Bolsonaro a pedir desculpas a Moraes

Ex-presidentes se encontraram em São Paulo, na semana ada, antes de Jair Bolsonaro depor ao STF no inquérito que apura um plano de golpe de Estado no país

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou o ex-presidente Michel Temer (MDB), na última sexta-feira (6), em São Paulo, para ser aconselhado antes do depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A conversa reservada ocorreu na casa de um amigo em comum. A informação foi revelada pelo portal UOL e confirmada pela CNN.

Fontes próximas aos dois ex-mandatários confirmaram que a conversa, de aproximadamente uma hora, girou em torno da postura de Bolsonaro diante do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer aconselhou Bolsonaro a ser “modesto” nas respostas do interrogatório da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado no país, e pedir desculpas a Moraes, em especial, sobre as acusações de que existia um plano para matar o ministro.

Ao depor ao STF na terça (10), Bolsonaro pediu desculpas ao ministro do Supremo ao afirmar que não havia “indícios” quando o acusou de estar recebendo propina por fraudar a eleição.

Moraes foi ministro da Justiça do governo Temer e indicado por ele ao STF em 2017.

Temer ainda orientou Bolsonaro a adotar um tom mais “ameno” diante do juiz e chamou atenção do líder da direita do país sobre as críticas ao juiz.

“Não é possível, toda hora, falar mal do Alexandre”, disse Temer ao ex-presidente.

Temer ainda recordou o episódio de 7 de setembro de 2021, quando, durante um ato político, Bolsonaro proferiu uma série de ataques contra o ministro e, depois, recuou dos ataques sob supervisão dele. Na ocasião, o bolsonarista afirmou que não cumpriria mais decisões judiciais de Moraes, a quem chamou de “canalha”.

Além de um telefonema a Moraes, à época, Bolsonaro publicou uma carta oficial na qual negou a intenção de agredir os Poderes. O documento foi redigido por Michel Temer.