Segundo Garnier, o encontro, convocado pelo então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, contou com a presença dos comandantes das três Forças Armadas. O ex-comandante da Marinha descreveu a reunião como incomum, afirmando que ela "meio que se encerrou antes de começar".

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Atmosfera tensa e ausência de pauta

Garnier relatou que ao chegar à reunião, percebeu um clima de desentendimento entre os presentes. "Quando eu entrei, eu já percebi que tinha havido algum tipo de desentendimento ou de alguma discussão anterior", afirmou. Ele acrescentou que o ministro parecia chateado e encerrou a reunião sem abrir nenhuma pauta adicional.

O ex-comandante da Marinha negou ter visto a apresentação de qualquer documento durante o encontro, contradizendo relatos anteriores que sugeriam a discussão de uma possível minuta golpista.

"Se o senhor me perguntou se houve apresentação, eu não lembro de ter sido apresentado nenhum documento", declarou Garnier.

Divergências nos depoimentos

O depoimento de Garnier apresenta discrepâncias em relação ao relato do Brigadeiro Baptista Júnior, que em maio de 2023 afirmou que o ministro Paulo Sérgio havia apresentado um documento para análise, possivelmente relacionado a um estado de defesa ou de sítio.

Garnier contestou essa versão, afirmando não se lembrar do diálogo descrito por Baptista Júnior.

Ele também questionou a veracidade de tal interação, argumentando que não seria condizente com a conduta esperada de um comandante de força dirigir-se ao ministro da Defesa nos termos relatados.

Interrogatório

Garnier, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi o único integrante das Forças Armadas a aderir ao plano de golpe.  

De acordo com as investigações e relatos de testemunhas já ouvidas, Garnier teria colocado as tropas da Marinha à disposição de Jair Bolsonaro (PL). 

O papel de Garnier na trama golpista foi um dos pontos de divergências dos depoimentos dos ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Baptista Júnior ao STF nas últimas semanas.  

Segundo Baptista Júnior, Garnier teria colocado tropas à disposição de Bolsonaro, sinalizando apoio ao golpe. Freire Gomes, no entanto, minimizou o gesto e negou ter interpretado como conluio, apesar de declarações anteriores à Polícia Federal indicarem o contrário. 

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